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Homens tocam fogo em ônibus em terminal no Recife e deixam carta com denúncias de corrupção no Presídio de Igarassu

Câmera de segurança filmou homens tocando fogo em ônibus no terminal de Cajueiro, na Zona Norte do Recife Reprodução/WhatsApp Dois homens tocaram fogo num ...

Homens tocam fogo em ônibus em terminal no Recife e deixam carta com denúncias de corrupção no Presídio de Igarassu
Homens tocam fogo em ônibus em terminal no Recife e deixam carta com denúncias de corrupção no Presídio de Igarassu (Foto: Reprodução)

Câmera de segurança filmou homens tocando fogo em ônibus no terminal de Cajueiro, na Zona Norte do Recife Reprodução/WhatsApp Dois homens tocaram fogo num ônibus que estava estacionado no terminal de Cajueiro, na Zona Norte do Recife. De acordo com a empresa de transporte Caxangá, o veículo estava vazio quando os criminosos entraram e provocaram o incêndio. As chamas foram controladas pelo motorista com a ajuda de outro rodoviário. Ninguém ficou ferido. Segundo informações do Sindicato dos Rodoviários, durante a ação, os homens deixaram uma carta com denúncias de corrupção e violência no Presídio de Igarassu, na Região Metropolitana. Nos últimos meses, a unidade prisional sofreu intervenções do governo após ser alvo de uma operação da Polícia Federal contra um esquema de propina conhecido como "resort do crime". Procurada, a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária informou que abriu um procedimento interno para apurar as denúncias da carta (saiba mais abaixo). ✅ Receba no WhatsApp as notícias do g1 PE O incêndio aconteceu na tarde da terça-feira (7), por volta das 17h20, no terminal localizado na Rua Maria Cristina Tasso de Souza. O ônibus, que é da empresa Caxangá, faz a linha 723 - Cajueiro. De acordo com o Sindicato dos Rodoviários, o crime foi filmado pelas câmeras de segurança do ônibus. Em uma foto tirada do vídeo, é possível ver um dos homens, com a cabeça coberta por um capacete, jogando álcool dentro do ônibus. Ainda segundo a entidade, depois que o fogo começou, os criminosos deixaram a carta dentro do ônibus e fugiram. A mensagem, endereçada à governadora Raquel Lyra (PSD), afirma que a corrupção no Presídio de Igarassu "começou de novo". O texto denuncia que há um "chaveiro", nome dado a detentos que comandam o acesso aos pavilhões, que cobra taxas no valor de R$ 10 para a realização de faxinas nas celas. A carta também afirma que a entrada e a venda de drogas são comuns no local, incluindo com ajuda de um "agente de saúde". A mensagem cita, ainda, que os presos que não pagam as taxas são submetidos a castigos físicos pelo chefe da segurança do local, chamado no texto de "Caveirinha". "No dinheiro e no B.O., se não pagar, é pau de barrote", diz a carta. A empresa Caxangá informou que registrou um boletim de ocorrência. Procurada, a Polícia Civil disse que o caso foi registrado na Central de Plantões da Capital e será investigado pela Delegacia de Água Fria, também na Zona Norte da cidade. Já a Polícia Militar informou que não foi acionada para atender a ocorrência, mas recebeu "informes" sobre o ocorrido e, por isso, intensificou as rondas na área de Cajueiro. O que diz o governo de Pernambuco Procurada pelo g1 para comentar sobre as denúncias mencionadas na carta, a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) informou que: tomou conhecimento do conteúdo da carta pelas redes sociais; determinou a abertura imediata de um procedimento interno para apurar as informações reportadas e está colaborando com as autoridades policiais para elucidar o caso; vem adotando uma série de medidas para prevenir situações de violência na unidade, como criação de vagas, fortalecimento da fiscalização e inteligência e intensificação de protocolos operacionais com o objetivo de inibir as práticas ilícitas no ambiente prisional; não compactua com qualquer tipo de irregularidade nas unidades prisionais e os envolvidos serão responsabilizados. O "resort do crime" Presídio de Igarassu tinha fábrica de drogas, bebidas, cigarros e fardos de dinheiro A Operação La Catedral foi deflagrada pela PF no fim de fevereiro. As investigações começaram depois que a polícia identificou que um detento comandava diversos crimes de dentro da cadeia, com o apoio de servidores do sistema prisional. Além das regalias para os presos, foram constatados outros crimes dentro do presídio, como o uso de drogas e também a produção de pasta base de cocaína dentro do Espaço Cultural da unidade (veja vídeo acima). Na primeira fase, foram presos o ex-diretor do presídio e quatro policiais penais. Na segunda fase, deflagrada em abril, o ex-secretário foi o alvo. Além de preso, ele também foi alvo de busca e apreensão. Na casa dele, no Prado, na Zona Oeste do Recife, foram apreendidos arma funcional, aparelhos celulares e um veículo. Entre os crimes investigados estão corrupção ativa e passiva, prevaricação, facilitação de entrada de objetos ilícitos na prisão, tráfico de drogas e organização criminosa. De acordo com inquérito da Polícia Federal, o dinheiro da propina seria um pagamento que os presos, na figura dos chaveiros, repassavam para o diretor Charles Belarmino. As investigações também apontaram que o ex-secretário André de Araújo Albuquerque teria recebido parte do dinheiro. À época, o governo anunciou o afastamento dos servidores envolvidos, incluindo André de Araújo Albuquerque e o ex-diretor do presídio, Charles Belarmino de Queiroz, e outros quatro policiais penais. VÍDEOS: mais vistos de Pernambuco nos últimos 7 dias